Performance quer debater a instabilidade da profissão teatral
Diante de tanta instabilidade no mercado artístico-cultural, o Coletivo Cruéis Tentadores convida o público para participar do espetáculo-debate Máquina de Matar Artistas, nos dias 6, 7 e 8 de dezembro, às 20h, na Casa Preta (rua Areal de Cima, 40, Bairro 2 de Julho).
Em cena, os atores Marcelo Sousa Brito – autor do texto e diretor do espetáculo – e José Carlos Júnior provocam e instigam o público através das narrativas conflitantes de suas próprias histórias.
Máquina de Matar Artistas é uma forma de celebrar a parceria de artistas que resistem às diversidades de uma profissão tão instável, e que, por isso, acabam construindo uma trajetória artística paralela e tida como ‘marginal’.
Para Marcelo, já que a função da arte é alimentar o pensamento crítico, essa peça tem como objetivo tensionar o rumo que ela vem tomando diante das exigências impostas pelo sistema industrial de produção.
“Atualmente, teatros são fechados, artistas abandonam suas carreiras, grupos findam suas atividades e o público fica à mercê do que lhes é disponibilizado, muitas vezes sem qualidade estética nem crítica”, analisa Sousa Brito.
O espetáculo é um experimento cênico construído a partir da urgência do momento em que estamos vivemos. Ressalta que é preciso se afastar das redes sociais e ter uma reflexão cara a cara com o público para falar de temas como etarismo, transfake, artistas que migram para outras áreas como forma de sobrevivência, dentre outros temas pertinentes.
“Enfim, tudo que, de uma forma simbólica, se transforma em máquina de matar artista”, relata Marcelo. Já José Carlos enfatiza que, ainda por cima, o artista precisa estar provando que é capaz o tempo todo. “O Estado não ampara, a gente não tem aposentadoria. O espetáculo abre essa discussão de como o artista precisa se desdobrar para acompanhar as demandas de um mercado em constante transformação”, desabafa o ator.
Máquina de Matar Artistas é inspirado em estilos teatrais criados pelo diretor e dramaturgo carioca Augusto Boal (1931-2009) – como o teatro-fórum e o teatro-jornal -, cujo intuito é proporcionar confronto de ideias entre opressores e oprimidos, mediados pela opinião pública.
Texto e encenação: Marcelo Sousa Brito
Atuação: José Carlos Júnior e Marcelo Sousa Brito
Realização: Coletivo Cruéis Tentadores
Desenho de luz: Pedro Benevides
Apoio: Casa Preta
Crédito das fotos: Divulgação
Serviço:
O quê: Máquina de Matar Artistas
Quando: 6, 7 e 8 de dezembro
Onde: Casa Preta (Rua Areal de Cima, 40, Bairro 2 de Julho)
Horário: 20h
Valor: Contribuição espontânea. Ingressos pelo WhatsApp 71 98823 2787