Aleluia é a uma mulher bem próxima da vida da maioria das pessoas, mas que não é percebida. Aleluia é mãe, Aleluia é tia, Aleluia é a irmã mais velha, Aleluia é a avó. É a esposa e a mãe perfeita. Aleluia Eulália das Neves é a personagem que entra em cena na pele do ator Frank Menezes na comédia solo rasgada “Aleluia”, em cartaz a partir de hoje, 05 de abril, até 14 de junho, às 19h, no Teatro Módulo, na Pituba. Os ingressos custam R$ 60,00 inteira e R$30,00 meia, mas a diversão será impagável….
O marido dela a vê como fosse a empregada da casa; a filha como se ela fosse o caixa eletrônico. Sempre disponível, Aleluia convive com Dona Matusalen, a sogra que se recusa a morrer, com a melhor amiga compulsiva por comida, a Mamute, e guarda um segredo… é completamente apaixonada por um ator pornô. E a vida seguia assim, bem mais ou menos, até que ela passa acreditar que cometeu um crime terrível e vai se entregar à polícia.
“Aleluia” tem direção de Marcelo Praddo, o texto é de Márcio Azevedo, roteirista para séries de TV e Cinema, diretor e produtor muito atuante na cena teatral carioca e de Ricky Hiraoka, jornalista, colunista do Splash e roteirista. Originalmente Márcio Azevedo havia escrito a peça pensando na atriz Cacau Protásio, que por motivos de agenda não pôde fazer. Depois ele teve um “estalo” e percebeu que o texto tinha de ter sido escrito para Frank Menezes, porque segundo ele Frank, em A Bofetada, mudou a sua vida. “Eu vi a Bofetada, quando eu era adolescente e aí Pandora e Fanta mudaram a minha vida. Pandora e Fanta fizeram eu ser o escritor que eu sou hoje”, declara, confessando que viu A Bofetada 16 vezes.

Nos conversamos com Frank Menezes que fala sobre esta mulher… Aleluia!
Doris Pinheiro – Quem é esta tal de Aleluia?
Frank Menezes – Aleluia é uma mulher, dona de casa, como tantas outras que existem. Ninguém da sua família se interessa em saber como ela está. Aquela pessoa quase invisível que só existe para cuidar, não para ser cuidada, e por isso traz seus desejos e anseios em segredo.
DP – Como é fazer uma mulher e ainda por cima num solo?
FM – É uma delícia interpretar uma personagem tão distante de mim. Vim de uma educação matriarcal e isto já facilita as coisas. Muitas pessoas vieram me dizer que estou muito parecido com a minha mãe, e não só fisicamente. E não sei se sendo um solo é diferente de se tivesse contracenando com alguém. Este é meu quarto monólogo e amando que seja uma mulher.
DP – Como foi a adaptação do texto?
FM – Foi um pouco torturante, pois tiveram coisas que precisaram ser cortadas e que gostaria que ficassem. Existe uma diferença entre o texto escrito e o texto montado. E para que a peça ficasse redondinha foi preciso cortar tudo que ficasse de excesso na história. Fora isso, não houve outras adaptações.
DP – Como é subir solo no palco e segurar uma hora de espetáculo?
FM – É minha vida! Adoro contar histórias, sempre gostei. A sensação de perceber que estão todos prestando a atenção ao o que a personagem está contando, é inigualável.
DP – Ao expor as fragilidades de Aleluia você fala em nome das mulheres?
FM – Não, espero que não. Não posso falar em nome das mulheres. Posso, enquanto ator, expor essas fragilidades para que elas sejam vistas e reconhecidas, por nós homens, que insistimos em continuar cegos e/ou desdenhosos ao o que uma mulher passa, sente…ou não sente.
DP – Quantos solos você já fez e como foi mutar de uma personagem para o outro?
FM – Foram quatro. Foi fácil sair de um para o outro, pois nunca tive apego ao personagem, talvez à montagem do espetáculo. Não sei se sei explicar, mas uma peça de teatro, o produto todo, com a luz, a trilha, os tempos de fala e pausas, são uma coisa e o personagem é outra coisa. O personagem age também de acordo com esses “instrumentos” que fazem parte da obra. E aí, alguns espetáculos eu tenho saudade; mas do personagem não tanto, pois alguns não faz mais sentido eu interpreta-los.
DP – O que apaixona você em Aleluia?
FM – A sinceridade, a falta de filtro. Ela não tem papas na língua.
SERVIÇO:
“Aleluia”, com Frank Menezes
De 05 de abril a 14 de junho, (sábados), 190h
No Teatro Módulo, na Pituba.
Ingressos a R$ 60,00 inteira e R$30,00 meia
Na bilheteria do teatro e no Sympla
Classificação: 16 anos
Duração: 75 minutos
