Por Matheus Buranelli
No Brasil, mais da metade das pessoas interessadas em estudar no exterior são mulheres. Elas representam 60% do público que busca por intercâmbios, segundo a Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta). Sócia da CI Intercâmbio Salvador, Fernanda Gallindo conta que o número de mulheres que viajam sozinhas só cresce e essa tendência está longe de ser passageira.
“Quando fiz intercâmbio para aprender inglês a viagem foi uma virada de chave em outros sentidos da minha vida”, revela Fernanda, que viajou para Londres, na Inglaterra. “Existe um medo embutido na mulher, desde muito nova, que impede a gente de fazer muita coisa e acaba interferindo na vida pessoal e profissional”, observa ela.
Para muitas mulheres, a experiência de viajar vai além do turismo. É uma jornada de autoconhecimento, empoderamento, visão de mundo e crescimento pessoal. Durante os 24 meses em que fez intercâmbio de estudo e trabalho na Irlanda, Thaís Bahia atuou como barista, garçonete, babá e até como profissional de limpeza. Para ela, perceber as questões de gênero em outra cultura foi um choque.
“Lá, as mulheres têm mais oportunidades. Uma das empresas que trabalhei tinha preferência por contratar mulheres e os salários eram equitativos dentro de cada contexto. Nem tudo é perfeito, não posso romantizar, mas foi uma realidade bem distante do que vivia aqui”, conta.
Num país estrangeiro, o desafio de ser mulher se soma à insegurança em função da língua e cultura pouco familiares, mas há maneiras de minimizar essas inseguranças. Para facilitar o processo da viagem, Thaís contratou uma agência de intercâmbio. “Eu tenho diabetes tipo 1 e queria contar com um suporte durante a viagem”, explica a intercambista, que conta ter tido acesso a informações confiáveis, boa oferta de prestação de serviços e uma rede de apoio até no final da sua estadia.