Por Eloá (18 anos)
Desde pequena, sentia que me faltava algo.
Mesmo com a companhia prazerosa dos meus pais, sempre me senti só.
Por conta desse sentimento, acredito eu, minha mente desenvolveu uma forma de pensar que me faz sentir que estou conversando com uma terceira pessoa na minha cabeça.
Difícil de explicar, mas as minhas melhores conversas são comigo.
Eu não entendia aquele vazio, e não entendo até hoje, ele não foi embora.
Mas vamos tentar entender aquela criança que via nos filmes de princesas a realização sentida por elas ao ter seu homem.
Eu pensava que a solidão que eu sentia, era por falta de um amor.
E aí começou a confusão! Logo pequena eu já me imaginava com 20 anos e casada!
Pra piorar minha situação, me via atraída por meninas e me sentia um monstro, achava que era doença…
Eu queria casar com um homem, mas não resistia a uma menina.
Só que com qualquer um dos dois, me sentiria vazia.
Mas minha sexualidade não é o que eu queria desenvolver nesse texto.
Quis tocar nesse assunto para chegar à conclusão de que nós crescemos aprendendo que não somos suficientes sozinhos.
Aprendendo a odiar a própria companhia.
Sendo que morreremos sozinhos, a única pessoa que saberá como se sentiu nos seus últimos momentos é você.
Não tem ninguém como você.
Não veja como algo triste ou ruim, é apenas a realidade.
A arte de amar a si mesmo é um mistério para mim, eu não sei como consegui.
Acho que fiquei tanto tempo só que fui forçada a me amar.
Amar a si também não resolverá todos os seus problemas.
Vejo que muitos dizem ter a formula, “aprenda a se amar!”, é o que colocam nas manchetes.
Às vezes, quem escreveu isso também tá perdido, que nem eu…
Eloá, 18 anos.