E a nossa terceira matéria sobre o poder das coisas humanas sobre nós e a inveja…
A inveja é um sentimento presente na vida de todas as pessoas em maior ou menor grau. Considerada um dos mais complexos fenômenos emocionais, ela tem sido objeto de estudo da psicologia ao longo dos anos.
A inveja está diretamente relacionada à autoestima e à comparação social. Quando uma pessoa percebe que outra possui algo que ela deseja, pode sentir-se inferior, injustiçada ou indignada. Essa emoção pode ser desencadeada por diversos fatores, como a busca por validação externa, a competitividade exacerbada e a falta de gratidão pelo que se tem.
Além disso, a psicanalista Melanie Klein argumenta que a inveja pode estar presente desde os primeiros anos de vida, quando o bebê experimenta um sentimento de frustração e desejo em relação à figura materna. Esse conceito é explorado em seu livro “Inveja e Gratidão”, no qual ela analisa como a inveja pode influenciar o desenvolvimento da personalidade.
A inveja pode se manifestar de diferentes formas, incluindo comparações constantes, ressentimento, desejos de fracasso do outro e até mesmo comportamentos sabotadores. Entre os principais sinais da inveja estão:
- Críticas excessivas ou desvalidação do sucesso alheio;
- Sentimentos de insatisfação contínua;
- Ansiedade e baixa autoestima;
- Dificuldade em celebrar as conquistas dos outros.
Os impactos desse sentimento podem ser devastadores, afetando a saúde mental e os relacionamentos interpessoais. A inveja pode levar ao estresse, depressão e até mesmo ao isolamento social.
Causas da inveja e como lidar com ela
A inveja tem raízes profundas na forma como percebemos a nós mesmos e os outros. Entre os principais fatores que contribuem para esse sentimento estão:
- Comparação social: Quando nos medimos pelo sucesso dos outros, podemos sentir insatisfação e desejo pelo que não temos.
- Baixa autoestima: A falta de confiança em si mesmo pode amplificar sentimentos de inveja.
- Falta de gratidão: Não reconhecer as próprias conquistas pode levar à insatisfação e à inveja constante.
Para lidar melhor com a inveja, algumas estratégias incluem:
- Desenvolver a autoconsciência emocional;
- Trabalhar a autoestima e a segurança pessoal;
- Praticar a gratidão e reconhecer as próprias conquistas;
- Focar no crescimento pessoal ao invés de se comparar com os outros;
- Buscar ajuda profissional se a inveja estiver afetando a saúde mental.
A inveja segundo diferentes pensadores:
· Melanie Klein: A inveja surge nos primeiros dias de vida, direcionada ao seio materno, visto ora como bom (nutritivo e acolhedor), ora como mau (quando ausente). Essa dualidade gera angústia e agressividade, e se a criança não consegue distinguir entre os dois, pode ter dificuldades em preservar o “objeto bom”.
· Jacques Lacan: A inveja é um afeto que evidencia a relação entre o “eu” e o “outro”. Surge quando o indivíduo projeta e introjeta características alheias para formar sua identidade. No entanto, esse processo pode gerar uma fratura, dificultando a delimitação clara entre si e o outro.
· Aristóteles: A inveja ocorre entre semelhantes e nasce quando alguém conquista algo que outro desejava para si. Pessoas ambiciosas e aquelas que buscam honra são mais propensas a senti-la, assim como os medíocres, que não toleram ser superados.
· Søren Kierkegaard: A inveja não é apenas um sentimento negativo, mas um princípio regulador que pode paralisar e enfraquecer a vontade do indivíduo, tornando-o prisioneiro da inércia. Bertrand Russell, por outro lado, sugere que a inveja pode impulsionar economias e sistemas políticos

Pesquisadores japoneses identificam região do cérebro ligada à inveja
Uma equipe de cientistas japoneses fez uma descoberta significativa ao identificar a região do cérebro responsável pelo sentimento de inveja. O estudo pode contribuir para avanços na área da saúde mental, permitindo uma melhor compreensão e abordagem desse fenômeno humano.
O estudo foi conduzido por Hidehiko Takahashi, pesquisador-chefe do Departamento de Neuroimagem Molecular do Instituto Nacional de Ciência Radiológica, localizado no Japão. Segundo Takahashi, a inveja pode levar indivíduos a comportamentos destrutivos e até mesmo criminosos. “Ao entendermos como funciona esse mecanismo neurocognitivo, poderemos prevenir e tratar esse tipo de conduta”, afirmou o cientista em entrevista à BBC Brasil.
A pesquisa, que teve duração de um ano e meio, analisou o comportamento de 19 voluntários saudáveis, cujos cérebros foram monitorados por ressonância magnética enquanto imaginavam diferentes situações.
Monitoramento cerebral
Durante o estudo, os participantes foram levados a se imaginar em cenários hipotéticos em que eram comparados com outras três personagens. Duas dessas personagens eram descritas como mais inteligentes e bem-sucedidas. Quando os participantes experimentavam o sentimento de inveja, os exames indicavam uma ativação intensa no córtex dorsal anterior, uma região do cérebro associada à dor física e emocional.
Outro achado importante foi a ativação do corpus striatum, região do cérebro ligada à sensação de prazer. Esse efeito foi observado quando os participantes liam descrições de situações negativas vividas pelas personagens antes consideradas superiores. Esse fenômeno, conhecido na psicanálise como “schadenfreude”, termo alemão que significa “alegria com a desgraça alheia”, revela a existência de um mecanismo cerebral que gera satisfação diante do fracasso de terceiros.
A pesquisa reforça a ideia de que nossos sentimentos possuem representação anatômica clara no cérebro. A inveja, por exemplo, está intimamente relacionada a emoções como orgulho, ciúme e paixão, podendo afetar diretamente o equilíbrio interno do organismo.
O estudo foi publicado na última edição do American Journal of Science, reforçando sua relevância para a comunidade científica internacional.

Como lidar com a inveja (sua e dos outros)?
A inveja, quando reconhecida e trabalhada de maneira adequada, pode ser transformada em autoconhecimento e crescimento pessoal. Ao mesmo tempo, compreender os impactos das redes sociais e da comparação constante pode ajudar a cultivar uma relação mais saudável com o próprio eu e com o mundo ao redor.
Com o advento das redes sociais, a comparação entre indivíduos se tornou ainda mais frequente. A exposição constante a vidas aparentemente perfeitas, repletas de conquistas, viagens e momentos felizes, pode intensificar sentimentos de inadequação e despertar inveja.
Psicólogos explicam que esse fenômeno acontece porque o psiquismo humano tende a valorizar o que é do outro e a desconsiderar o que já possui. Assim, em vez de estimular a autovalorização, o consumo excessivo de conteúdo idealizado pode levar a sentimentos de inferioridade e insatisfação.
O importante é aprender a canalizar esses sentimentos de forma positiva e evitar que eles se tornem um obstáculo para o bem-estar emocional. Há formas saudáveis de lidar com ela para que não se torne um peso emocional. Confira algumas estratégias recomendadas por especialistas:
1. Reconheça a presença da inveja – Aceitar que a inveja existe e faz parte da mente humana é o primeiro passo para compreendê-la e evitar que se torne destrutiva.
2. Aceite a dor e busque autoconhecimento – Sentimentos de inferioridade e insegurança podem ser gatilhos para a inveja. Trabalhar o autoconhecimento permite lidar melhor com essas emoções e transformar a inveja em motivação.
3. Guarde para si e reflita – Ao sentir inveja, é possível utilizá-la como uma ferramenta de análise pessoal. Pergunte-se: por que estou sentindo isso? O que posso fazer para melhorar minha própria vida em vez de me comparar com os outros?
4. Não tente mudar os outros – Não é possível mudar o comportamento invejoso de terceiros, mas podemos reconhecer padrões e nos proteger de relações tóxicas.
5. Seja consciente das intenções dos outros – Pessoas invejosas podem tentar minar sua autoestima ou suas conquistas. Identificar essas dinâmicas ajuda a manter a confiança e evitar desgastes emocionais.
6. Considere a terapia – O impacto da inveja na saúde mental pode ser significativo. Quando sentimentos de inferioridade, medo ou raiva se tornam frequentes, a ajuda profissional pode ser essencial para desenvolver estratégias de enfrentamento.

Como combater a inveja e o mau-olhado com plantas e proteção energética
A inveja é um sentimento perigoso que pode impactar diretamente a energia de um ambiente e das pessoas envolvidas. Segundo o Feng Shui, tradições esotéricas e especialistas em energia, existem formas de se proteger desse mal, utilizando plantas e cristais para neutralizar as vibrações negativas e reforçar a harmonia dentro de casa.
Plantas e cristais protetores
Algumas espécies de plantas têm o poder de atuar contra a inveja e o mau-olhado. Aliadas a cristais específicos, elas podem potencializar boas vibrações e criar um ambiente mais protegido e equilibrado.
1. Lírio-da-paz e Quartzo de Rocha
O lírio-da-paz é conhecido por sua capacidade purificadora e sua vibração constante contra energias negativas. Quando combinado com o cristal quartzo de rocha, ele auxilia no alinhamento dos sete chakras do corpo, promovendo bem-estar e proteção espiritual. Essa dupla pode ser posicionada na sala, varanda ou em locais bem iluminados.
2. Comigo-ninguém-pode e Turmalina Negra
Muito utilizada em espaços internos, a comigo-ninguém-pode é uma planta de grande poder protetor. Segundo Cris Bevilaqua, ao colocar um vaso em cada lado da porta de entrada da casa, ela funciona como uma guardiã contra influências negativas. Para reforçar sua energia, pode-se incluir duas turmalinas negras próximas às plantas.
3. Pimenteira e Olho-de-Tigre
A pimenteira é uma das plantas mais indicadas pelo Feng Shui para afastar a inveja e o mau-olhado. Quando combinada com o cristal olho-de-tigre, auxilia na harmonia das relações interpessoais e protege contra influências negativas. Essa dupla pode ser mantida na varanda ou em locais bem iluminados da casa.
7 Passos para se Proteger da Inveja
Além do uso de plantas e cristais, há hábitos essenciais para reforçar a proteção contra a inveja:
1. Cultive pensamentos positivos – A inveja se alimenta de energias negativas. Para bloqueá-la, é essencial manter um pensamento positivo e desejar o bem ao próximo.
2. Acredite na sua proteção – A força do pensamento é poderosa. Se você acredita que está protegido, já está criando uma barreira energética contra vibrações ruins.
3. Reforce sua fé – Independente de sua crença, manter sua fé fortalecida ajuda a criar um escudo protetor. Rezar, acender velas ou incensos podem ser formas eficazes de reforçar essa energia.
4. Tenha proteção física em casa – Colocar um vaso de Espada de São Jorge ou Comigo-ninguém-pode ao lado esquerdo da entrada da casa ajuda a filtrar energias negativas.
5. Carregue um amuleto protetor – Pedras como Ônix, Turmalina Negra ou Obsidiana ajudam a purificar energias negativas. Olho grego e chaveiros com pimenta também são indicados.
6. Realize limpezas energéticas – Assim como limpamos nossa casa fisicamente, também devemos purificá-la energeticamente. Banhos de ervas e defumações com incensos são técnicas eficazes para afastar cargas negativas.
7. Afaste-se de pessoas negativas – Algumas pessoas emanam energia negativa conscientemente ou inconscientemente. Se alguém te faz sentir mal constantemente, afaste-se para proteger seu bem-estar.