Dirigido por Gustavo Galvão, longa aborda o sexismo na indústria do entretenimento e a obsessão pela fama nos dias de hoje
O VAZIO DE DOMINGO À TARDE se passa nos bastidores da indústria do entretenimento, e aborda temas urgentes e atuais, como a cultura da violência e o sexismo nesse meio, trazendo ao centro, como protagonistas, uma atriz e uma jovem obcecada pela fama. Com direção de Gustavo Galvão, a maior parte da trama se passa na Brasília contemporânea, marcada pela polarização e as celebridades instantâneas da internet, e é protagonizado por Gisele Frade e Ana Eliza Chaves. A produção é da 400 Filmes e a distribuição da Lança Filmes.
“Desenvolvido ao longo de oito anos, o projeto tem origem na sucessão de casos de abusos no meio audiovisual brasileiro. Alguns deles foram contados para mim e para minha parceria de roteiro, Cristiane Oliveira, por vítimas desses abusos. A violência pode se manifestar em diversos níveis até ser naturalizada como algo inerente à atividade. Essas duas personagens estão conectadas pelo anseio comum de libertação das amarras do sexismo e de dar vazão aos seus sonhos”, explica Galvão.
Mônica (Gisele Frade) é uma atriz de renome, cuja imagem se desgastou. Cansada dos abusos e da falta de oportunidades, busca reinventar sua carreira. Já a jovem Kelly (Ana Eliza Chaves) mora em Abadiânia, interior de Goiás, onde a atriz participa de uma filmagem. A moça é uma fã e obcecada em ser famosa, e vê nesse encontro a chance de começar sua escalada para o sucesso. Os caminhos das duas se cruzam, enquanto uma enfrenta a decadência, a outra sonha com o glamour.
A paulistana Gisele deu vida às personagens Bia de Chiquititas (no SBT, em 1997/1998) e Drica de Malhação (TV Globo, entre 2001 e 2004). Depois de 18 anos dedicados ao teatro e à família, ela voltou a um set como a protagonista de O VAZIO DE DOMINGO À TARDE. Já a brasiliense Ana Eliza é estreante, e passou por rigorosa seleção de elenco com mais de 30 jovens. Estudou canto e teatro, atuou em musicais e também trabalhou como modelo, e, desde 2023, faz graduação em Audiovisual na Universidade de Brasília.
Dialogando com o presente, o filme discute a cultura e o entretenimento nos dias de hoje, pautados pela superficialidade e ascensões e quedas muito rápidas. Numa época em que o número de seguidores pode ser fundamental para a escalação de um ator ou uma atriz, O VAZIO DE DOMINGO À TARDE questiona como isso está consumindo as qualidades artísticas do cinema, da televisão e do teatro.
O filme teve sua première mundial na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, no ano passado. Em março deste ano, fez sua estreia internacional no 42º Festival Cinematográfico Internacional del Uruguay, e, depois, participou da seleção do 15º Festival Internacional de Cine de Santander, do 2º Festival Int. de Cine de la Provincia de Buenos Aires, e do 20º Festival Internacional de Cine de Cuenca, no Equador. Em outubro, será exibido na Itália, no 39º Festival del Cinema Ibero-Latino Americano di Trieste e, em novembro, estreia nos cinemas brasileiros.
O VAZIO DE DOMINGO À TARDE
Drama, 2023, 94 min.
SINOPSE
Duas mulheres, duas histórias que se cruzam.
Mônica, uma atriz em crise com a superexposição e o desgaste da vida de celebridade.
Kelly, uma adolescente do interior de Goiás, que sonha em ser como Mônica. Determinada, a jovem embarca em uma jornada para encontrá-la e realizar seu sonho de ser famosa.
EQUIPE TÉCNICA
Direção: Gustavo Galvão
Roteiro/Produção: Cristiane Oliveira, Gustavo Galvão
Empresa Produtora: 400 Filmes
Coprodutora: Crisol Filmes
Produção executiva: Daniela Marinho
Direção de fotografia: André Carvalheira
Montagem: Marcius Barbieri
Direção de arte: Valeria Verba
Som direto: Marcos Manna
Desenho de Som: Ricardo Reis
Supervisão de som: Miriam Biderman
Trilha sonora: Munha da 7
Distribuidora: Lança Filmes
A distribuição de O Vazio de Domingo à Tarde conta com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura e do Governo Federal, que conta com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF e do Governo do Distrito Federal.
ELENCO
Gisele Frade (Mônica), Ana Eliza Chaves (Kelly), Erom Cordeiro (Celso), Larissa Mauro (Lea), Vinícius Meloni (Romeu), Guilherme Angelim (Miguel), Pedro Xavier (Maicon), Paulo Sousa (Elton), Tainá Baldez (Mãe), Ultra Martini (Sofia), Ayla Gresta (Nico), Marcelo Pelúcio (Jair), Roberto Oliveira (Marcelo Heleno).
SOBRE O DIRETOR – Gustavo Galvão
Gustavo Galvão (1976) dirigiu sete curtas e cinco longas desde 2002. A estreia em longas ocorreu com Nove Crônicas para um Coração aos Berros (2012), menção da FIPRESCI no Festival do Uruguai e exibido em toda a América Latina em Netflix e Apple TV. O terceiro longa-metragem, Ainda Temos a Imensidão da Noite (2019), foi premiado no BAFICI e chegou às principais plataformas em 119 países. Em 2023, lançou no circuito de festivais os longas O Vazio de Domingo à Tarde e Inventário de Imagens Perdidas, que chegarão aos cinemas em 2024 e 2025, respectivamente.
SOBRE A PRODUTORA – 400 Filmes
Uma das mais atuantes produtoras de cinema na região Centro-Oeste, a 400 Filmes se caracteriza não só pelo volume de trabalho, mas também pela fidelidade a um princípio: fazer da linguagem audiovisual um instrumento de investigação da experiência humana. Até 2024, a produtora realizou e estreou nove longas (sete de ficção) e 15 curtas. Ora financiados por órgãos públicos ou federais, ora produzidos de forma independente, esses títulos foram exibidos nas principais plataformas do mundo (inclusive Netflix, Prime e MUBI), emissoras de TV e em mais de 200 festivais pelo mundo – como o Cinélatino Toulouse (França), o Festival Internacional
del Nuevo Cine Latinoamericano (Cuba), o Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (BAFICI, Argentina) e o Festival de Moscou (Rússia).