Repertório destaca obras de compositores negros; ingressos à venda na Sympla por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Neste sábado, 17 de maio, às 17h, a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) realiza mais uma edição da Série Carybé, desta vez com uma formação de Quarteto de Cordas em apresentação no Cineteatro 2 de Julho, localizado no prédio do IRDEB, no bairro da Federação. O concerto promete uma experiência intimista e potente, com um repertório exclusivamente dedicado a compositores negros. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla, com valores de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
O programa da noite inclui obras de três importantes nomes da música: o francês Joseph Bologne, Chevalier de Saint-Georges (1745-1799), a norte-americana Florence Price (1887-1953) e o brasileiro Hércules Gomes (n. 1980). A formação será composta pelos músicos da OSBA Ivan Quintana e Jonas Alves (violinos), Marco Catto (viola) e Thomaz Rodrigues (violoncelo).
Resgate e valorização
A escolha do repertório surgiu a partir de um projeto de extensão conduzido pelo violista Marco Catto, também professor e doutorando da UFBA. O trabalho buscou catalogar e divulgar obras de compositores negros, historicamente marginalizados nos grandes palcos da música erudita.
“Bologne foi um dos primeiros músicos de ascendência africana a obter reconhecimento na Europa. Ele era contemporâneo de Mozart e teve uma vida fascinante — além de compositor e violinista, foi mestre de esgrima e lutou na Revolução Francesa”, comenta Catto. A vida do artista, que recentemente ganhou destaque no cinema com o filme Chevalier – A Verdadeira História Nunca Contada (2022), inspira admiração e reflexão sobre as lacunas da história da música.
Sobre Florence Price, Catto destaca sua importância na cena norte-americana do século XX: “Ela venceu o Concurso da Fundação Rodman Wanamaker com sua Sinfonia em Mi Menor, tornando-se a primeira mulher afro-americana a ter uma obra executada por uma grande orquestra dos Estados Unidos. No entanto, seu legado ainda é pouco celebrado”.
A apresentação se encerra com uma peça do pianista e compositor capixaba Hércules Gomes, intitulada Cantiga, Baião e Frevo para Quarteto de Cordas. “É uma composição que mistura o lirismo da música de câmara com os ritmos e a vivacidade da música brasileira, oferecendo ao público uma escuta envolvente e atual”, afirma Catto.
Música de câmara em foco
A Série Carybé, que leva o nome do artista plástico argentino-brasileiro Carybé (1911-1997), é dedicada à música de câmara, proporcionando maior proximidade entre músicos e plateia. A proposta da série é permitir que o público tenha uma experiência mais intimista, apreciando o virtuosismo dos músicos da OSBA em formações menores e em espaços alternativos.
Sobre a OSBA
Criada em 1982, a Orquestra Sinfônica da Bahia é um corpo artístico do Teatro Castro Alves e, desde 2017, é gerida pela Associação Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA), organização social responsável por sua administração. A OSBA é mantida com recursos do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura (SecultBA) e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).