No Dia Internacional do Perfume, Poliana Palhano, especialista em perfumaria da Fragrance de L’Opéra, conta sobre as criações que marcaram gerações e definiram tendências
Você já se perguntou o que faz um perfume se tornar um ícone? Em meio a milhares de fragrâncias lançadas ao longo das décadas, algumas poucas conquistaram um status lendário, atravessando gerações e moldando a maneira como nos relacionamos com os aromas.
No Dia Internacional do Perfume, celebrado em 21 de março, é impossível não olhar para trás e reconhecer as fragrâncias que não apenas marcaram sua época, mas revolucionaram a perfumaria mundial. Seja por uma composição inovadora, um frasco inesquecível ou até pelo impacto cultural que causaram, esses perfumes redefiniram o luxo, a identidade e a forma como expressamos nossa personalidade.
Poliana Palhano, especialista em perfumaria e gerente da Fragrance de L’Opéra, uma das perfumarias mais icônicas de Paris, selecionou algumas das fragrâncias mais inovadoras e influentes desde 1966 com base em livros exclusivos do segmento. Inspirada em sua vasta experiência no mercado de luxo e em registros históricos da alta perfumaria, Poliana separou cinco fragrâncias que se destacam e seguem sendo referência para perfumistas e consumidores ao redor do mundo.
Eau Sauvage, Dior (1966) – O perfume masculino que as mulheres roubaram
Nos anos 1960, a perfumaria masculina era dominada por fragrâncias pesadas e amadeiradas, projetadas para exalar força e virilidade. Então veio Eau Sauvage, criado por Edmond Roudnitska, e tudo mudou.
A fragrância era fresca, refinada e trazia um toque floral que a tornava quase unissex, algo impensável para a época. A surpresa? As mulheres começaram a usá-lo também, provando que um grande perfume não precisa de rótulos de gênero.
Notas principais: limão, petitgrain, jasmim, musgo de carvalho.
Curiosidade: Foi um dos primeiros perfumes masculinos a ser adotado por mulheres, abrindo caminho para fragrâncias compartilháveis.
Anaïs Anaïs, Cacharel (1978) – O perfume da revolução feminina
O fim dos anos 1970 trouxe uma nova geração de mulheres que buscavam liberdade, delicadeza e força ao mesmo tempo. Anaïs Anaïs, da Cacharel, traduzia esse espírito com uma fragrância floral fresca e sofisticada, perfeita para as jovens que queriam um perfume só delas. Lançado com a intenção de ser acessível, até mesmo nas lojas de departamentos como Monoprix, o perfume foi um reflexo do espírito da juventude pós-1968.
O design do frasco e a composição floral, repleta de contrastes entre o doce e o sensual, foi um convite à descoberta e ao empoderamento feminino. O sucesso foi instantâneo, tornando-se o perfume mais vendido da França em poucos anos, e permanecendo como um ícone até hoje.
Notas principais: lírio, jacinto, jasmim, âmbar.
Curiosidade: Foi um dos primeiros perfumes a ser pensado exclusivamente para o público jovem, tornando-se um símbolo de independência feminina.
L’Eau d’Issey, Issey Miyake (1992) – Quando um perfume conseguiu capturar a água
Você já imaginou um perfume que cheira como água pura? Inspirado pela simplicidade e leveza da natureza, L’Eau d’Issey revolucionou a perfumaria ao criar uma fragrância minimalista e aquática, algo nunca visto antes.
Criado por Jacques Cavallier, esse perfume introduziu a molécula de calone, que imita o frescor do oceano e da chuva sobre as plantas. O resultado? Um dos perfumes mais icônicos dos anos 1990.
Notas principais: calone, flor de lótus, rosa, almíscar branco.
Curiosidade: A fragrância foi inspirada na água caindo sobre uma flor – e conseguiu capturar essa sensação perfeitamente.
Angel, Thierry Mugler (1992) – O perfume que cheirava a sobremesa e virou um fenômeno
Nos anos 1990, as fragrâncias eram predominantemente frescas e florais – até Thierry Mugler mudar tudo. Com Angel, ele criou a primeira fragrância gourmand do mundo, trazendo notas de chocolate, caramelo e baunilha que deixaram o mercado perplexo.
As pessoas não sabiam se amavam ou odiavam, mas o perfume se tornou um clássico absoluto, abrindo portas para toda uma categoria de fragrâncias doces e sedutoras.
Notas principais: patchouli, baunilha, caramelo, frutas vermelhas.
Curiosidade: O frasco azul em forma de estrela tornou-se um dos designs mais icônicos da perfumaria.
CK One, Calvin Klein (1994) – O perfume sem gênero que definiu uma geração
Minimalismo, liberdade e quebra de padrões – esses eram os pilares da moda nos anos 1990, e CK One encapsulou esse espírito como nenhum outro perfume. Criado por Alberto Morillas, foi uma das primeiras fragrâncias explicitamente unissex, desafiando as convenções da perfumaria.
Notas principais: chá verde, bergamota, almíscar.
Curiosidade: O perfume foi lançado com uma campanha que misturava homens e mulheres usando as mesmas roupas e fragrâncias, reforçando a ideia de que perfume não tem gênero.
Muito além do aroma: perfumes como marcos culturais
A cada década, novas fragrâncias surgem e redefinem a forma como nos expressamos. De aromas florais a orientais, de notas frescas a gourmands, cada perfume conta uma história – e reflete as mudanças de comportamento de sua época.
Hoje, as tendências apontam para perfumes sustentáveis, veganos e personalizados, provando que a perfumaria de luxo continua evoluindo. Na Fragrance de L’Opéra, a tradição se une à inovação, oferecendo desde esses clássicos atemporais até as criações mais modernas e exclusivas do mercado.
Neste Dia Internacional do Perfume, celebramos não apenas as fragrâncias que fizeram história, mas também o impacto que elas tiveram na cultura e na forma como nos conectamos com o mundo.
Sobre Fragrance de L’Opéra:
Reconhecida como uma das lojas de cosméticos mais procuradas em Paris, a Fragrance de L’Opéra é referência em perfumes de nicho e comerciais, oferecendo uma seleção exclusiva das melhores marcas do mercado. Localizada no coração da cidade, próxima à icônica Ópera Garnier, a perfumaria se destaca por seu atendimento personalizado e curadoria sofisticada, proporcionando aos clientes uma experiência única no universo das fragrâncias.