De acordo com estudo feito pela Bossa܂etc a pedido da consultoria BMI, 56,5% dos entrevistados disseram acreditar que a busca pela alta performance leva ao uso de drogas
O uso de medicamentos para aumentar a produtividade no ambiente corporativo tem pautado cada vez mais as discussões sobre saúde mental no século XXI. A pesquisa Felicidade Artificial – Ética e dependência química nas organizações ouviu lideranças e colaboradores de diferentes empresas do país para entender o que o mercado de trabalho pensa sobre a presença e a influência das smart drugs nas organizações. O estudo foi encomendando pela consultoria BMI e realizado pela Bossa܂etc.
O conceito de ‘alta performance’, antes restrita ao universo esportivo, invadiu o mundo corporativo. Descrita por 48,4% dos entrevistados como “o uso do máximo da capacidade física e emocional de cada indivíduo tanto na extensão da jornada como na concentração dos esforços”, ela se destacou na pesquisa como razão para o uso de medicamentos para impulsionar o desempenho – 56,5% dos entrevistados disseram acreditar que a busca pela alta performance leva ao uso de drogas. Para mais da metade dos participantes, a pressão dos gestores está por trás dessa motivação – 61,3% acreditam que ela vem da necessidade de acelerar o ritmo de trabalho e melhorar os resultados para atender à exigência crescente dos gestores.
Outros motivos foram apontados na pesquisa para o aumento do consumo de estimulantes cognitivos no mundo corporativo. 74,2% concordam (parcial ou totalmente) que as metas elevam de forma considerável os níveis de estresse; 69,3% concordam que a pressão acarretada por críticas no trabalho pode levar o indivíduo a buscar medicamentos para aumentar a performance; e 66,1% concordam que a competitividade pode gerar comparação com os colegas e sensação de inferioridade.
Nove em cada dez entrevistados concordam parcial ou totalmente que as empresas devem estar atentas aos sinais porque, para suportar a pressão por resultados e o estresse, parte dos colaboradores e executivos da empresa irão recorrer ao consumo de drogas ou álcool.
“A felicidade artificial é uma realidade no mundo corporativo, e a exigência por alta performance deve estar no centro da discussão quando se fala em saúde mental nas organizações”, diz Alessandra Lotufo, Chief Operating Officer da Bossa܂etc e Chief Innovation and Communication Officer da House of Brains.
A liderança também influencia pelo exemplo, de acordo com a pesquisa Felicidade Artificial. Mais de 70% das pessoas que responderam acham que colaboradores cujos gestores fazem uso de fármacos para aumentar a produtividade podem se sentir direta ou indiretamente coagidos a aderir ao uso. “Em um cenário onde o uso de smart drugs torna-se uma realidade incontornável no ambiente corporativo, com avanços promissores na redução de efeitos colaterais, os líderes enfrentam dilemas éticos que devem ser abordados com perspicácia e responsabilidade. É possível garantir que não haja pressão, explícita ou implícita, para que os colaboradores usem essas substâncias para se manterem competitivos?”, conclui Alessandra Lotufo.
BOSSA܂ETC:
A Bossa܂etc é o laboratório de ideias da holding House of Brains, grupo de consultoria organizacional e aprendizagem corporativa que engloba ainda as marcas Afferolab, BMI e Wisnet. O think tank
Bossa܂etc cria experiências imersivas, publicações e pesquisas sobre comportamento humano, futuro do trabalho e tendências disruptivas nas organizações.
BMI – BLUE MANAGEMENT INSTITUTE:
A BMI é uma consultoria organizacional de classe mundial focada em design estratégico, transformação cultural e desenvolvimento de liderança para grandes empresas. A consultoria implementa soluções abrangentes de capital humano baseadas em extensa propriedade intelectual e consultores experientes.