Reumatologista conta que a doença, que atinge a pele, também pode provocar problemas nas articulações
Lesões avermelhadas e com descamações esbranquiçadas são as principais características da psoríase -doença inflamatória da pele, sem cura, autoimune e recorrente, de modo que os sintomas desaparecem e reaparecem periodicamente. As regiões do corpo mais afetadas são couro cabeludo, unhas, cotovelos, joelhos e áreas de dobras onde muitas vezes não são visíveis, como atrás da orelha, umbigo e sulco interglúteo. Para a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a psoríase afeta cerca de cinco milhões de pessoas no País, em todas as idades, sem distinção quanto ao gênero. Ela também pode afetar as articulações, mas possui tratamento.
Em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Psoríase, neste 29 de outubro, vale lembrar que a doença ainda é um estigma na sociedade, já que muita gente acredita, de forma errônea, que ela é contagiosa. “A doença não é contagiosa e o contato com pacientes não precisa e nem deve ser evitado. A causa da psoríase envolve questões genéticas, mas os fatores ambientais e comportamentais podem potencializar o seu surgimento, como obesidade, estresse emocional, tabagismo, álcool, infecções, traumas da pele e alguns medicamentos”, detalha o reumatologista e diretor médico da Novaclin, em Salvador, Alexandre Ibrahim. O médico ainda traz um ponto muito importante e desconhecido por grande parte da população a respeito da doença.
“Quem tem o diagnóstico de psoríase pode, inclusive, desenvolver inflamações nas articulações, levando a um quadro de artrite psoriásica. Dentre os indivíduos com maior predisposição a esse tipo de artrite estão os que têm a doença evidente nas unhas, no couro cabeludo e na região perianal / sulco interglúteo. Ou seja, além das lesões na pele, os pacientes apresentam dores e inchaço nas articulações, sobretudo nos dedos das mãos e pés, tornozelos, joelhos e coluna”, informa Alexandre Ibrahim.
Por fim, o médico destaca que o tratamento da psoríase e da artrite psoriásica é feito, na maioria das vezes, com medicamentos em comprimidos e/ou injeções. “Neste contexto, temos as medicações imunobiológicas, que são produzidas de forma personalizada, de acordo com a necessidade do paciente. Elas correspondem aos anticorpos que atuam em lugares específicos das vias imunológicas e inflamatórias, estabilizando a doença. Além disso, alguns hábitos podem ajudar, como fazer atividade física regularmente, ter uma alimentação saudável, não fumar e cuidar da saúde mental”, conclui Alexandre Ibrahim.
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