Coletivo4 celebra 15 anos de existência com adaptação de Brecht
Para celebrar 15 anos de existência, o Coletivo4, grupo de artistas de diversas linguagens e que se revezam na criação, estreia o espetáculo “Coriolano”, obra de William Shakespeare, adaptado por Bertold Brecht, que estará em cartaz entre os dias 19 e 28 de setembro, sempre de quinta a sábado, às 19h, no Galpão Wilson Melo, no Forte do Barbalho. Com direção de Fernanda Paquelet, a obra tem como pano de fundo um momento histórico de Roma, momento onde o povo já não aceitava tão pacificamente os desmandos do governo. Os ingressos custam a partir de R$15 e estão disponíveis no Sympla.
De acordo com Fernanda Paquelet, naquele momento, em Roma, o povo começa a exigir do Senado mais participação e voz nas decisões que afetam as camadas populares. Momento também em que o povo não quer mais que as guerras sejam bem-vindas como prática de conquistas de outros espaços, povos e crenças. “A história do espetáculo tem como pano de fundo um momento histórico de Roma que muito se assemelha ao que estamos vivendo hoje no nosso país. Nesse período, os homens com poder não estavam acostumados a dividir nem ouvir a plebe, fazendo dessa adaptação uma tragédia social, que tem por consequência o conflito de classes, e onde fica exposta a fome e o ódio no exercício da política. Um texto, infelizmente, muito atual”, pontua.
O elenco é formado pelos atores do Coletivo4, atores convidados, alunos do curso técnico de teatro do Instituto Central de Educação Isaías Alves (Iceia), que fazem parte das oficinas de teatro, dança e canto coral do Coletivo4, e também conta com a participação do Coral da Fundação Pierre Verger. Ao todo, são 38 pessoas no elenco.
Sobre o espetáculo:
CORIOLANO, escrito em 1608, e adaptado por Bertold Brecht em 1951, é uma das quatro tragédias romanas de Shakespeare, considerada por críticos como Harold Bloom sua peça mais política. A peça conta a história de Caius Martius, que depois de conquistar a cidade de Corioli passa a ser conhecido como Coriolano. A obra retrata um momento específico da construção da república em Romana, onde o povo ganha também o direito de ter seus representantes no Senado, e assim podem expressar suas opiniões. Esta tentativa de democratização da sociedade produz abalos que deixam a estrutura política visivelmente tensa.
Coriolano desde criança foi criado para ser uma máquina de guerra. Um ser humano capaz de anular os seus sentimentos e emoções em prol de seus objetivos e suas conquistas. Ele se tornou um personagem famoso e com suas fortunas ganhou notoriedade. Conquistou muitas cidades para o seu país, transformando-se no mais novo e mais importante candidato ao senado de sua cidade. A humildade de se submeter aos questionamentos do povo, nunca fez parte de sua formação blindada de poder e ambição. A sua arrogância foi cultivada durante toda sua vida e estava entranhada a ponto de provocar uma cegueira sem limites. Esta peça fala de ausência de humanidade e nenhum tipo de respeito em relação às pessoas. O tempo passa e o seu poder enfraquece ao ponto de não conseguir o cargo de Senador e ainda ser expulso de sua cidade natal. A sua prepotência se transforma em ira sobre todos, desprezando o povo, seus amigos, sua família e sua própria origem. Ele se alia ao seu maior inimigo, Aufídios, e resolve marchar contra sua terra natal. Montar Coriolano nos dias de hoje torna-se necessário e urgente. Precisamos refletir sobre o ódio e sua origem.
Ficha Técnica:
Direção – Fernanda Paquelet
Diretor Assistente e Professor de Teatro – Jarbas Oliver
Cenografia – Alexandre Moreira e Jarbas Oliver
Maestro e Professor de Canto – Pedro Vieira
Coreografia e Professor de Dança – Jorge Silva
Iluminação – Luciano Reis
Figurino – Maurício Martins
Equipe de Figurino e Adereços – Cora, Maria Paquelet, Tiê de Castro e William Picollo
Operador de Áudio – Saulo Viana
Elenco Coletivo4:
Alexandre Moreira – Martius Coriolano
Fernanda Paquelet – Volúmia
Igor Epifanio – Cominius
Jarbas Oliver – Menenius
Elenco Convidado:
Antonio Fábio – Brutus
Eddie Marques – Sicinius
Hugo Bastos – Aufidios
Stela Andrade – Virgilia
Estagiários do ICEIA:
Vanessa Diana – Cidadã 2
Gislane Santos – Cidadã 3, Senhora e Mensageiro
Mel Costa – Homem 2, Agregado 3, Terceiro servo
Viviane Cardoso – Cidadã
Zezé Sant Lima – Primeiro ato, cidadão 4
Candy Sousa – Mulher
Alunos das Oficinas do Coletivo4:
Vanessa Lima – Cidadã 3
William Picollo – Cidadão 1
Suane Ferreira – Jardineiro e Cidadão
Well Queiroz – Titus
Will Albuquerque – cidadão 5(primeiro ato), quarto cidadão, criado 2, mensageiro 2
Alvaro Pereira – Primeiro Criado / Homem com a criança / Homem dando os votos
Diana Coni – Cidadã
Coral Pierre Verger:
Agnobel Dantas
Antônia Brasil
Cassiano
Cibele Brasil
Guarabira Graça
Hildebrando Bina
Janine Gomes
Juliana Feres
Kelmer Andrade
Lena Brasil
Lila Muritiba
Luar dos Santos
Ludmila Santos
Nina Pitanga
Rita Magalhães
Sândira Moraes
Síndara Ivi
Sonia Sepulveda
Ubiratan Silva
Zeinha Brasil
Equipe de Comunicação:
Eduardo Scaldaferri – Assessoria de Imprensa
Maurício Vilas Boas – Redes Sociais
Eddie Marques – Designer
Washington Oliveira – Fotografia
Serviço:
De 19 a 28 de setembro sempre de quinta a sábado às 19h.
Local: Galpão Wilson Melo – Forte do Barbalho.
Ingressos:
30,00 inteira e 15,00 meia
Links para venda de ingresso: