Baixista aclamado, Helder, que há anos trabalha ao lado de importantes nomes da MPB, lança Samba e Amor, disco digital com releituras de célebres canções de Chico
Para quem acompanha de perto da história da MPB, sabe que não é de agora a parceria e admiração mútua entre Jorge Helder e Chico Buarque. O baixista cearense vem acompanhando a carreira de Chico nos palcos desde a década de 90.
Além disso, Helder soma com o compositor 3 parcerias em canções: Bolero blues (2006), Rubato (2011) e Casualmente (2017), todas presentes em Samba Doce(2020), primeiro álbum de Helder, também lançado pelo Selo Sesc.
Agora o Selo Sesc lança mais um trabalho do artista, Samba e Amor, em homenagem aos 80 anos de Chico Buarque, completados em junho de 2024. Para o repertório foram escolhidas 8 ilustres canções na tentativa de representar a variedade e maestria da obra de Chico. Uma escolha difícil dado o grande número de composições do carioca que são ovacionadas por seu público, algumas até já tendo se transformado em hinos políticos.
Segundo Helder, o nome do álbum, Samba e Amor, também nome da canção homônima que o compõe, é devido a “anos tocando samba e compartilhando amizade com o Chico”.
Para além da homenagem à obra de Chico, Samba e Amor é também um álbum que celebra a gentileza, parceria e amizade, uma vez que é fruto de um trabalho coletivo com outros importantes nomes da música brasileira. No rol de artistas estão os cantores e compositores Vanessa Moreno e Filó Machado, o guitarrista Chico Pinheiro, o pianista Helio Alves, o baterista e percussionista Vitor Cabral, Rafael Mota, também na percussão e Iury Batista no contrabaixo.
Helder presou pela liberdade criativa dos músicos para se somarem à criatividade e versatilidade musical já conhecidas do baixista.
“Além da afinidade musical, admiro o trabalho de todos. Chico Pinheiro e Helio Alves gravaram no meu disco anterior. Já fiz alguns shows de Edu Lobo com Vanessa Moreno, cantando Chico Buarque. Sempre tive vontade de trabalhar com Filó Machado desde a década de 80, quando eu ainda morava em Brasília e admirava o seu trabalho. Vitor Cabral conheci recentemente e me encantei pela sua musicalidade, ouvindo-o tocar com a saudosa Gal Costa”, comenta Helder. O baixista também destaca a participação de Iury Batista em Dois Irmãos como forma de demonstrar a amizade e admiração que tem pelo jovem músico conterrâneo, que conhece desde que era adolescente.
Abrindo o álbum, em versão totalmente instrumental, As Vitrines, do álbum Almanaque, composta em 1981. A canção foi tema de abertura de Sétimo Sentido, novela Global de Jane Clair, de 82, demonstrando assim a popularidade e abrangência atingida pela obra de Chico nos lares brasileiros, para além da parcela afeita à MPB. Em Samba e Amor, a voz de Chico no conhecido refrão é traduzida principalmente pela guitarra de Pinheiro.
O que será?, composta em 76 para o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, destaca-se pelas parcerias. Nela unem-se ao baixo-elétrico de Helder as vozes de Moreno e Machado, a guitarra de Pinheiro, o piano de Alves e a bateria de Vitor Cabral. O mesmo acontece na versão de Helder de Morro Dois Irmãos, composta originalmente em 89, e de Brejo da Cruz, canção que completa 40 anos em 2024.
Basta um Dia, também de 76, ganha a voz de Vanessa Moreno, enquanto Ela Desatinou, de 68, surge na voz de Filó Machado.
Em Deus lhe Pague, de 71, também em versão instrumental em Samba e Amor, a agilidade do piano de Alves e o dedilhado da guitarra de Pinheiro ganham destaque.
O álbum fecha com a canção homônima, Samba e Amor, de 1970.
“Todas essas canções toquei em diferentes turnês com Chico, e gravá-las me remeteu a esses tempos felizes com a banda. A única exceção é Basta um Dia, que tenho uma profunda admiração. Escolhi essas músicas porque tanto letra quanto melodia são do Chico e quis ressaltar que, além de um grande letrista é, um grande melodista”, completa o baixista.
Assista aqui:
FICHA TÉCNICA
Gravado no estúdio Arsis em Janeiro/2024
Técnico gravação, mixagem e masterização: Adonias Jr.
Assistentes: Letícia Patané e Cleber Freitas do Nascimento
Produção executiva: Alexandre Segundo e Memeca Moschkovich
Filmagem: Alexandre Segundo
Assistentes filmagem: Tarsilla Alves e Iaiá Campos
Projeto gráfico e capa: Alexandre Amaral
Jorge Helder – arranjos, contrabaixo acústico e elétrico
Chico Pinheiro – guitarra
Hélio Alves – piano acústico e teclados
Vitor Cabral – bateria e percussão
Rafael Mota – percussão na faixa “Ela desatinou”
Iury Batista – 2° contrabaixo na faixa “Morro dois irmãos”
Vozes: Vanessa Moreno e Filó Machado
FAIXAS
01. As Vitrines
02. O que será?
03. Morro Dois Irmãos
04. Basta um Dia
05. Ela Desatinou
06. Deus lhe Pague
07. Brejo da Cruz
08. Samba e Amor
SOBRE JORGE HELDER
Com mais de 40 anos de carreira, Jorge Helder é presença constante em álbuns e shows de grandes nomes da música brasileira. Cearense e radicado no Rio de Janeiro desde 1986, já gravou em mais de 350 discos de artistas como Sandra de Sá, Emílio Santiago, Cássia Eller, Rosa Passos, Leila Pinheiro, Maria Bethânia, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Marcos Valle, João Bosco, Ivan Lins, Adriana Calcanhoto, Edu Lobo, Guinga, João Donato, Nana Caymmi, Dori Caymmi, Danilo Caymmi, Joyce Moreno, Francis Hime, Leny Andrade, Miúcha, Zélia Duncan, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Roberta Sá, Moacyr Luz, Alexandre Pires, Ivete Sangalo, Angela Maria, Ney Matogrosso, Bebel Gilberto, Rita Lee, Jards Macalé, Roberto Menescal, Carlos Lyra, João Donato, Elza Soares, Roberto Carlos, Elba Ramalho, Fernanda Abreu, Fausto Nilo, Luiz Melodia, Henri Salvador, Omara Portuondo, Stefano Bollani, Lisa Ono e tantos outros. Além disso, gravou com Tom Jobim e Dorival Caymmi no DVD Meu Caro Amigo e também já atuou como produtor musical em diversos projetos.
Em 2020, lançou o seu primeiro álbum, Samba Doce, que contou com a participação de mais de 40 músicos. Completamente autoral, tem parcerias com Aldir Blanc, Chico Buarque e Rosa Passos. Chico e Rosa também dão voz às canções, além de Dori Caymmi, Renato Braz e do grupo Boca Livre. Dois anos depois, lançou o álbum Caroá pela Biscoito Fino. Também autoral, foi gravado pelo quinteto formado por Chico Pinheiro (guitarra), Helio Alves (piano), Tutty Moreno (bateria) e Marcelo Costa (percussão), além do próprio Helder (contrabaixo). O projeto também traz as participações especiais de Sérgio Santos, Mônica Salmaso, Zé Nogueira e Zé Renato.
SOBRE O SELO SESC
Desde 2004 o Selo Sesc traz a público obras que revelam a diversidade e a amplitude da produção artística brasileira, tanto em obras contemporâneas quanto naquelas que repercutem a memória cultural, estabelecendo diálogos entre a inovação e o histórico. Em catálogo, constam álbuns em formatos físico e digital que vão de registros folclóricos às realizações atuais da música de concerto, passando pelas vertentes da música popular e projetos especiais. Entre as obras audiovisuais em DVD, destacam-se a convergência de linguagens e a abordagem de diferentes aspectos da música, da literatura, da dança e das artes visuais. Os títulos estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, Sesc Digital e Lojas Sesc. Saiba mais em: sescsp.org.br/selosesc