Neuromodulação transforma o tratamento da dor crônica na coluna, unindo inovação tecnológica, impacto social e avanços na qualidade de vida.
A neuromodulação vem se consolidando como uma alternativa revolucionária no tratamento de dores crônicas na coluna, proporcionando alívio, funcionalidade e, em muitos casos, possibilitando que pacientes voltem a realizar atividades antes limitadas pela dor. Além de beneficiar diretamente a qualidade de vida dos pacientes, a técnica mostra-se como uma solução econômica sustentável, reduzindo custos com medicamentos, internações e licenças médicas. O Dr. André Evaristo Marcondes, ortopedista especializado em coluna e mestre em Saúde Pública Global, é um dos principais nomes nesse campo e compartilha suas experiências com a técnica, discutindo como a neuromodulação pode transformar a saúde pública e reduzir os impactos da dor crônica no sistema de saúde.
O que é neuromodulação? – A neuromodulação é uma técnica avançada usada para controlar a dor crônica e outras condições neurológicas por meio da interferência nos sinais enviados pelo sistema nervoso ao cérebro. Ela atua modulando (ou ajustando) a atividade nervosa, com o objetivo de reduzir ou bloquear os sinais de dor, evitando que eles cheguem à consciência.
Na estimulação medular, a técnica envolve o implante de eletrodos próximos à medula espinhal, que geram impulsos elétricos de baixa intensidade, interferindo nos sinais dolorosos antes que cheguem ao cérebro e reduzindo a sensação de dor de maneira significativa. Já na estimulação periférica, os eletrodos são colocados em nervos periféricos, fora do sistema nervoso central, próximos à área de dor, sendo particularmente útil para dores localizadas, como nas extremidades, ao ajudar a diminuir os sinais dolorosos nas áreas específicas.
Impacto econômico e social – A dor crônica é uma das principais causas de afastamento do trabalho, gerando custos elevados para o sistema de saúde brasileiro e impactando significativamente a economia e a produtividade. A neuromodulação surge como uma solução eficaz nesse contexto, pois reduz a necessidade de medicamentos e internações ao oferecer alívio duradouro. Esse tratamento não apenas melhora a qualidade de vida dos pacientes, mas também diminui a carga sobre o sistema de saúde e contribui para um impacto econômico positivo, uma vez que promove a reabilitação e o retorno de muitas pessoas às suas atividades profissionais.
Segurança e ciência por trás da técnica – A neuromodulação é amplamente validada por dados sobre sua eficácia e segurança, consolidando-se como uma solução científica e minimamente invasiva para o tratamento da dor crônica. Diversos estudos clínicos e revisões científicas indicam resultados promissores, com alívio significativo e duradouro da dor em pacientes que não responderam a outros tratamentos. Diretrizes internacionais, como as emitidas pela Sociedade Internacional de Neuromodulação (INS) e pela Academia Americana de Medicina da Dor, apoiam o uso da técnica, estipulando parâmetros de segurança, seleção de pacientes e protocolos de implantação, o que reforça sua aceitação e confiabilidade no cenário médico global.
Sobre o especialista
Dr. André Evaristo Marcondes – Ortopedista Especializado em Coluna – Mestre em Saúde Pública Global pela University of Limerick (Irlanda), possui especialização em Cirurgia de Coluna, em Ortopedia e Traumatologia, e graduação em Medicina pela Universidade de Marília. Preceptor do Grupo de Coluna do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina do ABC. É membro da North American Spine Society (NASS), Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP) e, atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e Grupo C.O.T.C. Centro de Ortopedia, Traumatologia e Coluna.