O Dia Internacional da Felicidade é comemorado hoje, 20 de março, e é uma data que convida o mundo a refletir sobre a importância do bem-estar e da alegria na vida das pessoas e das sociedades. Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2012, o objetivo da celebração é promover a felicidade como um direito universal e um elemento essencial para o desenvolvimento global.
A decisão unânime dos 193 países-membros da ONU de estabelecer um dia dedicado à felicidade surgiu durante a reunião geral das Nações Unidas em abril de 2012, sob o tema “Felicidade e Bem-Estar: Definindo um Novo Paradigma Econômico”. A proposta partiu do Butão, um pequeno país asiático que se destaca por priorizar a “Felicidade Nacional Bruta” acima do Produto Interno Bruto (PIB), reconhecendo que o progresso de uma nação não deve ser medido apenas por índices econômicos, mas também pelo bem-estar de seus cidadãos.
A criação do Dia Internacional da Felicidade ressalta a necessidade de políticas públicas e iniciativas que promovam o bem-estar social. A ONU enfatiza que a busca pela felicidade deve estar alinhada a um crescimento econômico equilibrado, sustentabilidade, erradicação da pobreza e garantia dos direitos humanos.

A Neurociência da Felicidade
Um estudo publicado no Journal of Neuroscience em julho de 2015 revelou uma descoberta fascinante sobre o funcionamento do cérebro humano: a ativação prolongada do estriado ventral está diretamente relacionada à capacidade de manter emoções e recompensas positivas. Mais do que isso, podemos aprender a controlar essa ativação, abrindo caminho para um bem-estar duradouro.
Pesquisadores identificaram que pessoas com maior ativação sustentada no estriado ventral apresentam níveis mais elevados de bem-estar psicológico e menores concentrações de cortisol, o hormônio do estresse. Isso sugere que manter ativa essa região do cérebro pode nos ajudar a prolongar experiências positivas, reduzindo o impacto negativo do estresse.
Essa descoberta tem implicações importantes para a compreensão de transtornos mentais como a depressão, que frequentemente se manifesta por meio da incapacidade de manter emoções positivas. O estudo também pode ajudar a entender por que algumas pessoas são mais otimistas do que outras.
E mais, a ciência diz ainda que a felicidade não é simplesmente a ausência de tristeza, mas um estado que envolve múltiplas regiões cerebrais. Uma meta-análise de 2017 analisou 64 estudos de neuroimagem e descobriu que a felicidade envolve pelo menos 33 áreas cerebrais distintas, incluindo partes do telencéfalo, diencéfalo e metencéfalo.
Isso significa que não há um “botão da felicidade”, mas sim uma rede complexa que influencia como processamos emoções e experiências. Cada pessoa pode ter uma combinação diferente de ativação neural que resulta em felicidade.

Podemos treinar o cérebro para ser mais feliz? A resposta parece ser “sim”. Estimular pensamentos positivos e praticar a gratidão pode fortalecer as conexões neurais associadas à felicidade. Estratégias da psicologia positiva, como exercícios de mindfulness e cultivo da gratidão, são cada vez mais estudadas como formas eficazes de promover um bem-estar sustentável.
Cuidar do corpo também é fundamental para manter a mente saudável. Exercícios físicos regulares liberam endorfinas, substâncias que proporcionam sensação de felicidade. Um sono de qualidade é indispensável para a recuperação do organismo e regulação emocional. Além disso, uma alimentação equilibrada garante os nutrientes necessários para o funcionamento adequado do cérebro e do corpo.

E os hormônios da felicidade?
Os hormônios da felicidade são neurotransmissores capazes de gerar sensações como alegria, recompensa e bem-estar. Produzidos naturalmente pelo corpo, são liberados em situações específicas, como a prática esportiva, a meditação e até mesmo durante dores intensas. Os principais hormônios da felicidade são a serotonina, a endorfina, a dopamina e a ocitocina.
Os neurotransmissores atuam como mensageiros químicos, transportando, estimulando e equilibrando os sinais entre neurônios e outras células do corpo. Além das sensações positivas, eles afetam diversas funções físicas, como a frequência cardíaca, o sono e o apetite.
Serotonina
A serotonina é um neurotransmissor presente no sistema nervoso central, no trato gastrointestinal e nas plaquetas. Ela equilibra o humor, melhora o apetite, o sono, a memória e o aprendizado, além de influenciar funções fisiológicas como a circulação sanguínea.
Dopamina
Conhecida por sua participação no ciclo de recompensa, a dopamina estimula nosso cérebro a completar tarefas e gera sensações de prazer. Ela também atua no controle de movimentos, no aprendizado, na cognição e na memória.
Endorfina
A endorfina é um analgésico natural liberado em situações de dor e estresse. Ajuda a reduzir desconfortos e controla a resposta ao estresse. Estudos indicam que também pode inibir o crescimento de células cancerígenas e equilibrar outros hormônios.
Ocitocina
Conhecida como o “hormônio do amor”, a ocitocina reduz a ansiedade e promove sentimentos de calma e segurança. Também está ligada à saúde sexual, ao parto e à amamentação, podendo melhorar o processamento de informações sociais.

Pra finalizar, quais são os 5 pilares da felicidade?
A felicidade, segundo diversas pesquisas em psicologia positiva, é sustentada por cinco pilares principais:
Relacionamentos positivos – Conexões sociais de qualidade são essenciais para o bem-estar.
Propósito e significado – Ter um trabalho ou atividade que faça sentido para a pessoa.
Autonomia – Sentir-se no controle das próprias decisões e a capacidade de autogestão.
Bem-estar físico e mental – Cuidados com a saúde e equilíbrio emocional.
Realização pessoal – Oportunidade de crescimento e desenvolvimento.
Que você tenha uma vida feliz!