Por Doris Pinheiro
Para o encontro com Bia Paz de Barros no Barra – o Talk é Tendência Boa é a Sua – eu não pude ir, por causa do meu pé quebrado. Mas eu pedi um encontrinho virtual exclusivo e as maravilhosas meninas da Atcom (assessoria de imprensa do Barra) providenciaram, então temos um ping-pong exclusivo com ela.
Bia é uma fera na área de moda. Há mais de 25 anos ela é consultora com especialização em Image Consulting e trabalha auxiliando pessoas e marcas com treinamentos, palestras, desenvolvimento de coleções e collabs.
Fora que eu gostei da cara dela… gentil, aberta e chegou logo falando sobre como conciliar você, eu, todo mundo, com a sua mais autêntica imagem, com o que é apropriado e tá na moda, vamos dizer assim. Leia nosso papo.
Doris Pinheiro – Bia, eu me lembro que quando eu era criança (década de 60), tinha um “negócio” que minha mãe chamava de última moda. Era como se tivesse de seguir à risca o que era última moda para estar certa sobre o que vestir. Eu, na minha cabeça de criança (que gostava de moda), achava aquilo esquisito. Todo mundo tinha de seguir para ser uma pessoa na moda? Hoje, com a moda e suas tendências e tudo mais rodando a ciclos infinitamente mais velozes, ainda vejo gente se enquadrar na “última moda”. O que você propõe neste talk é justamente o contrário?
Bia Paz de Barros – Com certeza, justamente o contrário. Por isso que o nome do Talk é Tendência Boa é a Sua. Porque, independente do que acontece a cada temporada, a última moda só faz sentido no sentido mais antigo desse termo, se for parte da sua essência. E a essência da gente também, com o decorrer do tempo, vai mudando, vai evoluindo. Então eu acho que a última moda boa é aquela que nos representa bem.
DP – Vejo uma padronização visual que me dá muita agonia. Sobrancelhas marcadas, cílios postiços, bochechas proeminentes, boca que parece inchada. Ah, e dentes de “Mentex”. Às vezes, algumas mulheres me lembram bonecas infláveis. Ao que você atribui este “fenômeno”?
BPB – Eu acredito que isso é só mais um fenômeno, dentre muitos fenômenos estéticos que podem ser bons pra uns, ruins pra outros, que é tudo uma questão de referência. Então, eu só acho que é mais um.
DP – Qual o papel das redes sociais na modelagem destes padrões de moda e beleza?
BPB – Eu acho que é democratizar, porque na verdade na rede social a gente faz o que a gente quer com ela, desde usar, desusar, a gente segue o que a gente quer e a gente acredita que está agregando como referência, então, eu acho que ela só dissemina o que a gente quiser que dissemine, porque a escolha sempre vai ser nossa.
DP – O que a moda brasileira tem a dar e a ensinar ao mundo?
BPB – Eu acho que a moda brasileira, a moda baiana, ela não é uma moda estereotipada. Eu acho que nada é o estereótipo. Eu acho que a moda baiana, exclusivamente, é uma moda moderna, contemporânea também. Além das estampas, além do que as pessoas enxergam como um padrão. Até porque, a Bahia é múltipla, Salvador é múltipla. Então, tem de tudo, como em tanta cidade. Então, eu acho que ir além dos padrões, pra mim, é a moda baiana.


Bia Paes de Barros foi colunista do site Glamurama, de Joyce Pascowitch, colunista de moda internacional da revista Caras e editora de moda da Caras Fashion por oito anos, além de colunista da revista francesa L’Officiel.
Na TV, foi consultora de moda do programa ‘Vamos Combinar seu Estilo’, e apresentadora e idealizadora da websérie “Um Armário, Mil Looks”, ambos no GNT. Também fez parte do elenco do programa “Troca de Estilos”, no Discovery Home & Health.
Em 2017 criou seu canal no youtube, o Roupa de Padoca. Em seu perfil do Instagram traz a mesma proposta de dicas de moda com linguagem leve e democrática, além de fazer parte do time de criadores de conteúdo do Grupo Iguatemi.
No https://www.curadobia.com.br traz toda a sua expertise e olhar da consultoria de moda, para garimpar marcas e peças que resolvam o dia a dia de quem busca uma roupa descomplicada mas com atitude