O povo brasileiro costuma ser admirado mundo afora por seu carisma, espontaneidade e alegria. Nossa forma leve de viver e conviver, marcada por festas, afeto e uma convivência calorosa, frequentemente encanta estrangeiros. No entanto, ao atravessar fronteiras, alguns comportamentos comuns por aqui podem soar estranhos, desrespeitosos — ou até mesmo ilegais — em outros países.
Se você está prestes a embarcar em uma viagem internacional, fazer intercâmbio ou mesmo morar fora, é essencial estar atento às diferenças culturais. Respeitar os costumes locais é mais do que uma questão de educação: é um gesto de inteligência cultural e, muitas vezes, de segurança. A seguir, listamos alguns hábitos tipicamente brasileiros que devem ser evitados no exterior — e explicamos por quê.
Falar alto em público
No Brasil, falar com entusiasmo, rir alto e gesticular fazem parte da nossa comunicação. Em países como Japão, Suíça, Alemanha e Dinamarca, no entanto, esse comportamento pode ser interpretado como falta de educação. Locais públicos — como transportes, restaurantes e até lojas — costumam prezar pelo silêncio. Mantenha o tom de voz moderado e observe como os locais se comportam.
Beber na rua ou antes dos 21
Enquanto no Brasil é legal consumir bebidas alcoólicas a partir dos 18 anos, nos Estados Unidos, essa permissão só chega aos 21. Além disso, em muitos estados norte-americanos e cidades europeias, beber em espaços públicos é proibido. Nada de abrir uma cerveja no parque ou na calçada — a multa pode vir.
Atrasos e falta de pontualidade
Aquela famosa “meia horinha de atraso” pode parecer inofensiva no Brasil, mas em países como Alemanha, Inglaterra e Japão, a pontualidade é levada a sério. Chegar atrasado a compromissos, encontros ou aulas pode ser visto como sinal de desrespeito ou desorganização.
Desrespeitar filas
“Furar fila” — mesmo que com jeitinho — é atitude inaceitável em muitos países. Na Inglaterra, por exemplo, o respeito às filas é quase sagrado. Em países asiáticos, como o Japão, esse comportamento pode causar forte reprovação social. Mantenha-se atento à sua vez e evite constrangimentos.
Não dar gorjetas
Em destinos como os Estados Unidos, Canadá e França, a gorjeta (tip) faz parte do salário de garçons, motoristas e outros prestadores de serviço. Não deixar nada ou deixar menos do que o esperado pode parecer grosseria. Informe-se sobre o padrão local: em geral, 10% a 20% do valor da conta é o usual.
Copos descartáveis? Nem pensar
Enquanto no Brasil o uso de copos descartáveis é rotineiro, em cidades como Amsterdã, Paris e San Francisco, leis ambientais restringem seu uso. Cafeterias e restaurantes nesses locais oferecem apenas copos reutilizáveis ou biodegradáveis — e cobrarão a mais se você insistir no descartável.
Barulho e música alta em lugares públicos
No Brasil, ouvir música no celular ou em caixas de som portáteis virou hábito, especialmente em praias e praças. Porém, em lugares como o Japão, Alemanha e Canadá, isso é considerado falta de respeito ao espaço coletivo. Mesmo fones de ouvido muito altos podem gerar olhares desconfortáveis.
Jogar lixo na rua
Por aqui, ainda há quem descarte lixo em locais impróprios, infelizmente. Mas em países como Suécia, Japão e Singapura, a limpeza pública é uma prioridade nacional. Jogar lixo na rua pode render multas pesadas e repreensões públicas — além de prejudicar a imagem do turista brasileiro.
Chinelos e trajes “à vontade”
Circular de chinelo, bermuda ou top pode ser normal no Brasil, mesmo em ambientes públicos. Em países como Itália, Japão e Coreia do Sul, esse tipo de vestimenta pode ser considerado inapropriado, principalmente em igrejas, restaurantes ou locais históricos. É sempre bom se vestir com discrição e respeito ao local.
Sal demais? Cuidado!
No Brasil, muitos pratos são temperados com bastante sal e, para alguns, o saleiro está sempre à mão. Em países como Finlândia, Japão e Coreia do Sul, há campanhas rigorosas contra o consumo excessivo de sódio — e até rótulos de advertência nos alimentos industrializados.
O polegar nem sempre é positivo
O gesto de “joinha” é quase um símbolo de aprovação no Brasil. Porém, em países como Irã, Grécia e partes do Oriente Médio, o gesto pode ser interpretado como obsceno. O ideal é observar como os locais se comunicam gestualmente antes de usar qualquer sinal com as mãos.
Comer com as mãos? Só se for em casa
Pegar salgados ou pizza com a mão é comum no Brasil, mas em muitos países europeus e asiáticos isso é malvisto, especialmente em restaurantes. O uso de talheres ou hashis é regra — e comer com as mãos pode ser considerado falta de educação. Por outro lado, em países do Oriente Médio, é comum comer com a mão direita — desde que se respeitem normas de higiene.
Crianças jogando videogame o dia todo? Nem sempre
Enquanto os jovens brasileiros costumam ter liberdade total para jogar videogames, na China, por exemplo, menores de 18 anos só podem jogar três horas por semana, em horários específicos. A regra visa combater o vício em jogos — e é levada a sério pelo governo e pelas plataformas.
Festas barulhentas e fogos de artifício
Reuniões familiares, festas em casa, música alta, fogos e celebrações ruidosas fazem parte da nossa identidade. Mas na Alemanha, Suécia e em várias cidades europeias, o barulho em áreas residenciais é estritamente regulamentado. Fogos de artifício são permitidos apenas em ocasiões específicas e com autorização prévia.