Cirurgiã vascular Suzanna Sanches esclarece dúvidas e compartilha dicas sobre como evitar varizes e complicações venosas
Atividade física regular, dieta equilibrada, peso adequado e evitar tabagismo e álcool. Essas são algumas maneiras de evitar o surgimento de varizes no corpo. A inflamação, que surge nas veias superficiais das pernas, se tornando dilatadas na pele, causam desconfortos além da estética. Além de prejuízos na autoestima, o diagnóstico pode causar um grave problema de saúde. “A trombose venosa pode levar pacientes à óbito”, alerta a cirurgiã vascular Suzanna Sanches.
A especialista tem um canal no instagram e youtube para esclarecer pacientes e profissionais de saúde sobre mitos, reais preocupações e cuidados necessários com varizes. “Vasinhos e varizes fazem parte de um problema circulatório denominado Insuficiência Venosa Crônica. Tratar essa questão é muito importante e não apenas por razões de estética. A trombose venosa é uma condição que provoca dúvidas e é frequentemente cercada de mitos, que dificultam o entendimento, a prevenção e o tratamento da doença. Muitas pessoas confundem ou simplificam as causas e sintomas da trombose, o que leva a erros e até ao adiamento do tratamento”, destaca a médica, que enfatiza a importância de propagar informações corretas que alertem para as causas, riscos e terapêuticas disponíveis para tratar estes problemas de saúde.
O que causa varizes? Entenda os mitos sobre o problema de saúde
Mito 1: “A trombose sempre causa dor”
É comum associarmos a trombose venosa à dor intensa, mas essa não é uma regra. Algumas tromboses não causam dor ou qualquer outro sintoma evidente, especialmente no início da formação do coágulo. Em muitos casos, o único sintoma é um leve inchaço ou dor na perna, que pode ser confundida com outros problemas circulatórios. A falta de sintomas pode ser perigosa, pois leva ao adiamento da busca por um diagnóstico, aumentando o risco de complicações. Se você tem fatores de risco ou histórico familiar, consulte um especialista para orientação e, se necessário, exames preventivos.
Mito 2: “Somente pessoas idosas têm trombose”
Embora a idade seja um fator de risco, a trombose venosa pode afetar pessoas de todas as idades, inclusive jovens. Uso de certos anticoncepcionais, gravidez, pós-operatório e até viagens prolongadas – em que se passa muito tempo sentado, sem movimentação – são situações que podem aumentar o risco de trombose em adultos de qualquer faixa etária. Além disso, pessoas com histórico familiar de trombose, condições genéticas ou hábitos, como tabagismo e sedentarismo, também estão no grupo de risco. Dessa forma, manter um estilo de vida saudável é uma importante forma de prevenção.
Mito 3: “Trombose venosa só ocorre nas pernas”
Embora a Trombose Venosa Profunda (TVP) seja mais comum nas pernas, essa condição não se limita aos membros inferiores. Ela pode ocorrer em qualquer veia do corpo, como as dos braços, pelve, abdômen e até mesmo nas veias do cérebro. “Trombose em locais como os braços e o abdômen é menos frequente, mas pode ocorrer. Isto significa que é fundamental estar atento a qualquer sinal de inchaço ou desconforto persistente, seja em que área for. Em caso de dúvidas, é sempre recomendável buscar orientação de um médico”, orienta a cirurgiã vascular Suzanna Sanches.
Mito 4: “A trombose é uma condição rara”
Apesar de pouco falada, a trombose venosa profunda não é tão rara quanto se imagina. Estima-se que milhares de brasileiros são diagnosticados com trombose a cada ano, e muitos casos poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção. “O diagnóstico precoce é fundamental para prevenir complicações sérias, como a embolia pulmonar, que ocorre quando o coágulo se desloca até os pulmões”, destaca Sanches, lembrando a importância de divulgar informações confiáveis sobre trombose, para que as pessoas possam identificar os sintomas e procurar tratamento a tempo.
Mito 5: “Apenas o repouso prolongado pode causar trombose”
É verdade que o repouso prolongado, como em situações de hospitalização, aumenta o risco de trombose, pois lentifica a circulação do sangue nas pernas. Contudo, o repouso não é o único fator de risco: condições genéticas, obesidade, tabagismo, câncer, gravidez e pós-parto, cirurgias e até algumas doenças inflamatórias também podem levar ao desenvolvimento da trombose. Por isso, a prevenção é multifatorial e inclui, desde evitar o sedentarismo e manter-se bem hidratado, até buscar acompanhamento médico em situações de risco. Para quem viaja com frequência ou tem histórico familiar, é importante discutir com um especialista sobre medidas preventivas.